segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O ENDEREÇO DA RIQUEZA

Dedico esta história às pessoas de grande coração 


O ENDEREÇO DA RIQUEZA


         Ávido por conhecer o mundo, um homem tudo largou e partiu sem destino a qualquer lugar que pudesse ensina-lo algo. Cruzando montanhas e vales, atormentado pela sede e pela fome, bateu à porta de um suntuoso castelo solicitando um copo d’água e um prato de comida.
— Aqui nada temos para oferecê-lo. Disse com arrogância uma luxuosa mulher rejeitando, claramente, a aparência simples daquele homem.
         O homem partiu carregando consigo o peso de um corpo sedento. Logo adiante, num humilde casebre, uma moça maltrapilha estendia algumas roupas íntimas no varal à frente da casa. Assustou-se com o pobre homem que, repentinamente, apareceu à sua frente olhando-a cabisbaixo. Desalentado e frágil não ousou pedir nada, mas, uma voz suave ressoou como uma melodia em seus ouvidos:
— Você me parece tão abatido! Venha, lhe darei comida e água.
         Depois de muito comer e beber, satisfeito e revigorado, perguntou à humilde moça:
— Onde mora a riqueza?
— Por que queres saber? Perguntou a moça delicadamente.
— Por estar demasiadamente confuso. Encontrei a miséria num suntuoso castelo e a abundância num humilde casebre.
— A riqueza não habita os grandes castelos. A riqueza habita os grandes corações. Não há lugar para a miséria nas pessoas de grande coração. Finalizou a moça demonstrando possuir também, sabedoria em abundância.
O homem sorriu e partiu satisfeito, certo de ter feito uma grande descoberta. A moça com toda sua humilde riqueza alimentou não só o seu corpo, mas, sobretudo, a sua alma.




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